Jorge Mendes |
P - Que balanço faz, positivo ou negativo, da época desportiva 2010/11?
R - O balanço será sempre positivo, visto no inicio da época termos começado com muitas indefinições, devido a vários factores. Um deles foi ser uma nova direcção, jovem com vontade de mudar a imagem do GDAS, outro factor teve a ver muito com o plantel pois não sabíamos quem ficaria do plantel anterior um pouco também devido ao facto da relação de muitos anos com o anterior treinador/ presidente iria influenciar ou não na sua continuidade por fim, na minha opinião o principal factor, o começar uma época desportiva muito tarde devido às mudanças que houveram no clube.
Mas acabamos o ano de forma positiva pois olhando às adversidades, formamos um grupo forte que vai dar ao clube no futuro alegrias, devido quer às suas qualidades técnicas, mas também devido às qualidades humanas.
P - O clube atravessou uma série de 12 jogos sem pontuar, pensou alguma vez em pôr o seu lugar à disposição?
R - Passar pela cabeça passou, não posso negar, mas em momento algum isso foi demonstrado ao plantel e daí talvez um acreditar do grupo no nosso trabalho e continuar sempre a treinar fizesse sol ou chuva. Agora quando se trabalha como nós trabalhamos, quando se sente um apoio incondicional da direcção e de todo o plantel no trabalho que se estava a desenvolver, jamais seríamos nós, equipa técnica a abandonar o barco levando em conta apenas os resultados desportivos. De salientar que nessas 12 derrotas consecutivas deve-se ter em conta vários factores em conta, tais como: 1º jogo vitória mas perda do jogo na secretaria, derrota justa com o Inter de Milheirós, derrota injusta pelo que fizemos no jogo com o Pasteleira (a perder 4 -0 ao intervalo, reduzimos para 4- 3 e depois fomos empurrados para trás tal era a nossa avalanche de oportunidades de golo para vencer), derrota com o Guilhabreu em casa, equipa candidata a subir por 1-0, derrota muito injusta em casa com o Boavista em que fizemos um jogo fantástico em que o adversário aproveitou bem um erro nosso e na única oportunidade marcou e nós tivemos tantas e não conseguimos marcar. Apenas alguns exemplos dessa fase negativa desportivamente.
Depois também ajudou muito a não desistir a opinião no final dos jogos dos adversários, pois todos diziam como era possível nós irmos lá em baixo a jogar o que jogávamos. Os golos que sofríamos em muitas derrotas eram sempre nos últimos 10 minutos e pecávamos muito na finalização.
P - Chegado ao clube este ano, depois de ter passado alguns anos como jogador, era esta a realidade que esperava encontrar?
R - Sinceramente, estive 10 anos fora do clube, e a verdade é clara como água, nada foi feito em termos de estruturas. O clube passou anos sem lavar a cara e no dia que entrei no balneário que foi meu durante muitos anos, estava tal e qual ao dia que saí. Lembro-me de sermos uma equipa sénior respeitada em todo o lado.
Sabia para onde ia e apesar da desconfiança por parte de algumas pessoas por eu vir do Atlético de Rio Tinto, clube rival, rapidamente pôs em causa o meu sentimento pêlo Gdas. Saí do Gdas porque queria continuar a jogar futebol e aqui queriam que eu assumisse na altura que saí o papel de treinador adjunto do Mister Aguiar e com todo o respeito que tenho pelo Mister Aguiar, eu tinhas 29 anos e ainda sentia e muito o gostinho por jogar, apesar de já estar habilitado a treinar. Mas nunca deixei de gostar do meu Águas Santas, agora naturalmente aprendi a gostar por onde passei e trabalhei e ao contrário de comentários escritos aqui no início da época, sou recebido de braços abertos em todos os clubes por onde passei e que me orgulho de os ter representado.
P - No intitulado " ano zero ", acha que foram atingidos os objectivos a que se propôs?
R - Claramente, temos neste momento uma estrutura montada para o sucesso. Somos uma equipa jovem que vai crescer de ano para ano e com dois ou três jogadores mais experientes teremos uma equipa para acreditar lutar por objectivos mais exigentes.
Como disse sempre este ano zero era muito importante para criarmos e organizarmos o departamento sénior com regras., regras essas que foram algumas ainda adulteradas por alguns elementos que não as cumpriram na totalidade. Mas este ano já será muito diferente pois vamos exigir muito mais e só estará lá no grupo quem as conseguir cumprir.
P - É da opinião de todos que este grupo de atletas tem qualidade, na sua opinião o que tem faltado, uma vez que as classificações anteriores não são condizentes com o valor do grupo?
R - Diz o ditado sem ovos não se fazem omoletes, eu vou alterar o ditado e digo nem sempre com bons (atletas) ovos se faz boas omoletes, ou seja, vários factores levaram a esta paragem no tempo dos seniores. Condições de trabalho, relação treinador/jogador, relação direcção/treinador/ jogadores.
Infelizmente muitas vezes o começar mal uma época desportiva, leva a essa situações, daí a aposta clara desta direcção organizar já tudo e ter a definição de quem fica nesta altura, para iniciarmos de uma forma mais positiva o próximo campeonato.
Hoje temos um modelo de jogo definido que aposta claramente no futebol ofensivo e privilegiámos a posse de bola, logo só se pode ter esta filosofia se tiver qualidade no grupo.
P - Depois de se ter sentado com a direção e acordado a sua continuidade por mais um ano, quais são os objectivos para a época 2011/12?
R - Se dependesse só da equipa técnica, claramente assumíamos a luta pela subida de divisão e independentemente de se conseguir ou não essa será uma das nossas exigências para com o grupo, pois sabemos a qualidade deles, agora outros factores irão sobrepor-se aos nossos, tais como: os orçamentos de algumas equipas adversárias comparativamente com o nosso. Mas somos ambiciosos e vamos á luta
Mas como objectivo principal será fazer uma época a lutar pelos 5 primeiros lugares, a subida depende sempre de muitos factores, factores esses que o nosso clube ainda não tem condições reais para competir com elas.
Muito obrigado
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